segunda-feira, 28 de abril de 2014

DIA 2 - ITU A CAPIVARI - 63 KM - 19/04/2014

Hoje novamente acordamos bem cedo, de forma natural, devido a termos nos deitado cedo. Quando estamos em 'bicigrinação', costumamos nos deitar entre 21:00 e 22:00 hrs. Aliás, em Santiago, as luzes dos Albergues se apagam automaticamente às 22:00 hrs. Quando fui ao banheiro, percebi um lindo nascer de sol lá fora... por isso, peguei minha cobertinha, minha câmera e fui assistir ao espetáculo. Consegui registrar algumas imagens interessantes... 




Na sequência, fomos até o refeitório para fazer nossa refeição matutina e, após, acertar nossas contas. A Srta. Ruth, novamente, organizou tudo com muito zelo e cuidado... minha gratidão, Ruth!


Algo que já ouvi muito, sobre o Caminho do Sol, é que as pousadas tem um valor muito alto. Mas, não acho seja assim. Fazendo um paralelo com o Vale Europeu / Santa Catarina, por exemplo, pagávamos em torno de R$ 60,00 / pessoa para pernoite e café da manhã. Sabemos que os valores refente a hotelaria em nosso estado são mais altos. No Haras, por exemplo, pagamos em torno de R$ 100,00 com direito a pouso/ jantar á vontade (com direito a sobremesa e cafezinho no final) / café da manhã... tudo incluso. E ainda podemos fazer uns lanchinhos, para levar na viagem. Creio ser um valor justo para tudo isso. 

Enquanto ainda conversávamos no refeitório, nosso amigo Paulo, peregrino, veio se despedir. Desejamos a ele um 'Bom Caminho' e um 'até breve'... 


Terminamos de organizar nossas coisas e partimos. Hoje, saímos no mesmo horário dos 14 ciclistas. 




A saída do Haras é bem divertida, com muitas descidas. Logo passamos por uma placa e paramos para mais uma foto.


Mais adiante, passamos por uma 'plantação' de picanhas, queijo de búfalo, etc... (tadinhos). Fizeram até pose para a foto!


Logo avistamos nosso amigo peregrino. Uma pausa para nossa última foto com ele.



Á partir de agora, pegamos algumas 'subidinhas' leve e algumas retas até chegarmos a cidade de Salto. Paramos para mais uma foto e esperarmos nosso amigo Bruno. 






Partimos para o bairro Buru, em busca de nosso carimbo num ponto de apoio. Desta vez, fomos graciosamente atendidos pela Sra. Fátima, no Bar do Pedro... 






Enquanto ainda estávamos aqui, tivemos o imenso prazer em conhecer o Sr. Marino, um hospedeiro do caminho. Aliás, o Sr. Paulo, nosso peregrino, ficará hospedado em sua pousada, nesta noite. O Sr. Marino estava indo fazer o que eles chamam de 'nuvem do caminho', ao Sr. Paulo. A 'nuvem' é um abrigo montado, normalmente após trechos muito difíceis, onde contém sombra, água gelada e lanche. Mandamos nossos cumprimentos ao nosso peregrino e seguimos para sua Pousada, a fim de conhecermos sua esposa e pegar mais um carimbo. 


Mais alguns quilômetros a frente e encontramos a placa, sinalizando a Pousada e Apoio San Marino.


Ao entrarmos, ficamos maravilhados com tudo o que vimos! Aqui é um cantinho de paraíso. A Sra. Orlandinha recebeu-nos com um carinho de vó, daquela que nos aguarda com um pão quentinho sobre a mesa e uma limonada bem geladinha! 






Além disso, havia alguns papagaios soltos, em uma árvore, e um beija-flor fazendo poses para foto!






Antes de partirmos, uma pergunta: Quanto lhe devemos, Orlandina? Ela sorri e diz: 'Meu pagamento é a visita de vocês! Dou um abraço 'bicigrino' bem apertado, agradeço, e mesmo assim lhe deixamos um donativo para custear o físico! Mas o mais importante é que partimos com nossos corações cheio de alegria por esta recepção! 

Agora, o caminho até Elias Fausto é mais plano. Bruno acompanha-nos sem maiores problemas, pois conseguiu fazer uma reparação na bike, ontem no Haras. Além disso, diz sentir-se bem descansado da noite anterior (percebemos pelos 'roncos' ao lado de nossa cama rsrs). Por isso, seguimos todos juntos, conversando e rindo. 





Agnaldo começa a nos falar sobre um doce 'suspiro' que tinha em uma padaria, na cidade de Elias Fausto. Ele nos conta, que quando trabalhava por ali, há alguns anos atrás, comprava o doce sempre que possível. Promete-nos que, se a padaria estiver aberta, vamos parar e comprar, para servir como sobremesa. A ideia, é almoçarmos no ponto de apoio que fica próximo a Igreja Matriz. Para nossa alegria, a tal padaria ficava exatamente em nosso caminho. Enquanto Agnaldo entra na padaria para comprar os tais 'suspiros', aproveito e vou até a praça para fazer algumas fotos. 




Seguimos para a 'Pousada Elias Fausto'. Quando entramos, olhamos para Agnaldo que, ao chegar na parte interna da pousada, pula de sua bike, pega seu lanche e o devora, antes mesmo que desmontássemos das nossas bikes. Pergunto-me se tudo isso é para poder comer logo o tal 'suspiro sobremesa'. Todos olhamos para ele e caímos na risada. Ele desculpa-se alegando que sentiu a pressão cair e, por esta razão, precisou comer algo salgado rapidamente. 'Fingimos' acreditar na tal teoria e começamos a nos preparar para sentar e fazer nossa refeição. O 'suspiro' era realmente tudo de bom! Saciamos nossa fome e ainda assim sobraram alguns. 



Ai, veio a discussão sobre o que fazer com o 'suspiro' que sobrou. Agnaldo gostaria de levar, mas Rosana, disse que o mesmo se quebraria e chegaria tipo 'farofa' em nosso destino. Sugeriu então, que presenteássemos um senhor que estava sentando, próximo a cozinha. Agnaldo fez aquela 'cara' de quem não gostou muito da ideia, mas concordou. No entanto, antes de entregar os suspiros ao homem, ele colocou um na boca. Rimos muito! 

Depois de nosso almoço e carimbo, seguimos em direção a Capivari.  Começamos a entrar nos famosos canaviais do Caminho do Sol. Por isso, paramos para registrar o momento. 


Continuamos pedalando, fotografando as placas que vamos encontrando pelo caminho e fazendo uns sefie's. 

Bruno, by vela rsrsrs




Há uma observação interessante em nosso guia. Após um certo trecho, deveremos fazer uma curva em 350º. Rimos muito! Bruno, nosso engenheiro, ficou encarregado de nos avisar o quanto virar para fazer a tal curva. Setecentos metros após a 'super curva', chegamos na metade do caminho e paramos para fazer algumas fotos. 





Daqui para frente, eu diria que somos ciclistas de sorte, pois há uma observação em nosso guia alertando que, caso estivesse chovendo, deveria ser utilizado uma rota alternativa. O nosso dia não poderia estar melhor e, devido a isto, seguimos as setas. O que temos a seguir foi um grande presente! Passamos por um trecho de mata fechada ao lado do rio que abastece a cidade de Capivari. Este trecho, do meu humilde ponto de vista, foi o mais bonito do percurso! Não tirei muitas fotos, mas filmamos o caminho todo. Prometo tentar colocar o máximo possível, no filme que farei. 






O lindo caminho termina na entrada da Fazenda Milhã, nosso ponto final de hoje. 



Vejo um lindo casarão na entrada e já fico ansiosa para descobrir mais sobre ele!


Seguimos em frente e chegamos a aconchegante casa que dormiremos esta noite. 


Tenho muita sede! Por isso, sigo até o antigo casarão, na entrada da Fazenda, para comprar algo gelado. A responsável pelo local me serve uma cervejinha e senta-se para conversar comigo. Ela mora aqui há 30 anos! Conta-me que este casarão foi construído no início do séc. XVIII e serviu como sede da fazenda por muito tempo! A Fazenda Milhã, foi posteriormente fundada por Toniquinho Dias, em 2 de março de 1889, bisavô dos atuais proprietários. A fazenda possui um total de 441,5 HA (hectare), sendo mais da metade utilizada para o plantio de cana. A fazenda também é utilizada para workshop, onde são apresentados assuntos com temas relacionados à Usina e a Cana. Após esta longa e agradável conversa, faço algumas fotos na parte interna e volto para nosso alojamento, a fim avisar ao pessoal que há um 'lanchinho' nos aguardando aqui. 



Bruno precisa ir, pois havia feito sua reserva na pousada em Mombuca. Até tentamos dissuadi-lo a ficar, mas de forma muito correta não aceita, afinal, havia se comprometido com uma hospedeira que o aguardava. Nos despedimos e desejamos encontrá-lo mais a frente. Enquanto aguardamos o jantar, descobrimos que há uma moça, Ivani, que faz massagens aqui ao lado. Custa muito pouco e todos decidem fazer. 




Enquanto aguardamos um ao outro, descubro um caderno, onde as pessoas que passam por aqui, deixam algumas mensagens. Como sou muito curiosa e amo ler, pego o caderno e decido ser a última a receber a massagem. 


É delicioso! Leio a mensagem deixada por Maria Mendes e Jefferson, em dezembro de 2010... uma mensagem recém deixada por um amigo de Extrema, Luis Guilherme e tantas outras que me emocionam... 

No entanto, gostei muito da mensagem deixada por Luis Guilherme e fui obrigada solicitar a ele permissão para escrevê-la aqui. Dizia mais ou menos o seguinte: 

"A completa solidão durante os dias de pedalada, longe de meus entes queridos, me fez perceber o quanto são importante e o quanto os amo... percebo como o 'mundo' nos acaba afastando de coisas tão importante como um forte abraço, daqueles que nos faz ser capazes de sentir os batimentos cardíacos do outro... um beijo bem lento na pessoa amada... querer surpreender todos os dias os amores que temos... Amar não é vergonha, brega ou cafona... amar é a única maneira de crescer e também será a única coisa que fará, no piores momentos de sua vida, querer continuar andando e sobrevivendo. Busque amar, cada segundo de sua vida, nunca se permitindo perder alguém sem ter lhe dado amor. Não negues jamais o amor ou tenha o amargo fim da vida com você mesmo..." 

É de arrepiar, não é? Haviam outras muito bem escritas, desenhadas e criativas...  também achei esta demais:


*** amei *** principalmente a parte: 
subida - pedaleee!
descida - curtaaa! 

Quando ela me chamou para a massagem, lamentei ter de deixar minha leitura de lado... mas a massagem também foi deliciosa! 

Assim que terminamos, seguimos de volta a nosso alojamento, onde a mesa já estava servida, com muito carinho e capricho! 


Oramos, agradecendo muitíssimo tudo o que tivemos neste dia tão maravilhoso, e jantamos em um ambiente perfeito! 

Depois do jantar fomos dormir, para que amanhã tenhamos mais um dia, no maravilhoso Caminho do Sol...

PS - Faltou-me dizer que, devido a uma atitude no mínimo burra, de minha parte, coloquei uma calça úmida hoje cedo, para pedalar. Esta minha brilhante ação me presenteou com uma assadura daquelas! Em total desespero, usei uma 'pomadinha by mãe' para tentar sanar o problema - Nebacetin. Deu muito certo! No dia seguinte, acordei perfeita, sem problema algum! #fikadika

4 comentários:

  1. muito bom, dia perfeito, divertido, amigo, carinhoso, desfrutamos de sensações e emoções que marcaram nossas vidas.
    ...o lance do suspiro há controvérsias....kkkk não é mesmo Filipe? ah o Filipe com seu jeito simpático e prestativo devorou a caixa que ele comprou..kkkk, bom demais.

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    1. kkkkkkkkkkk é verdade... não sobrou nada da caixinha do Filipe!

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  2. foi meu dia preferido, o que pedalei melhor...
    agora, precisa reparar um erro no seu texto... o Agnaldo "engoliu" dois, 2, suspiros antes de, forçadamente entregar o restante...
    kkkk
    muito bom! a massagem foi o melhor!

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    1. kkkkkkkkkkk eu não quis ser indiscreta, demonstrando o tamanho da 'gula' do Agnaldo, mas você pode! kkkkkkkkkkkk

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