terça-feira, 29 de abril de 2014

DIA 1 - SANTANA DE PARNAÍBA A ITU - 61 KM - 18/04/2014


Acordamos às 6:30 para começarmos bem cedo nosso primeiro dia! Arrumamos as bikes / alforges e fomos tomar nosso café da manhã. 








Logo após, chegou um grande grupo de 14 ciclistas. Estão vindo de Rio Claro e farão o mesmo percurso que também faremos. Estão muito eufóricos! Começam a se espalhar pelas mesas e tomam o desjejum para logo partir.


Voltando para o quarto, conhecemos Rosana e Agnaldo, um casal de Valinhos, que também farão o percurso de bike. Conversamos rapidamente e logo estamos todos em frente a pousada, prontos para partir. Faço pose de tripé para uma foto deles, em frente a pousada.




O grupo dos 14 ciclistas ainda estavam terminando os últimos ajustes quando decidimos partir. Basta seguir as setas amarelas e as informações obtidas através do Guia, que recebemos junto com nosso colar e credencial .



Aproveitamos a companhia do casal e paramos para uma foto de nossos próximos destinos: 


Seguimos pela Estrada dos Romeiros, margeando o rio que atravessa a cidade de Santana. É uma pena estar tão poluído, pois ainda é muito bonito!


Hoje é sexta-feira santa. Assim que partimos, começamos a encontrar vários romeiros pelo caminho. Este, além da cruz na cabeça, vai descalço.


Este quarteto fantástico, começava aqui uma grande e fraterna amizade... que geraria muitos 'selfie' pelo Caminho!


Para sairmos da cidade, percorremos muitos quilômetros subindo... agora entendo o porque Palma (idealizador do Caminho do Sol) disse ter percebido uma relação entre os Caminhos de Santiago e o Caminho do Sol, aliás, eu encontrei muitas coincidências, o tempo todo! Por exemplo, quando chegamos na 'Cruz do Século' - Cruzeiro, em Pirapora do Bom Jesus, para mim, acabávamos de chegar no 'Alto do Perdón'. 


Foto do Caminho de Santiago - Alto do Perdón





Aqui do alto, a visão é muito bonita! É possível ver lá em baixo o Seminário Belga e boa parte da cidade. Aproveitamos para fazer algumas fotos. 





Mas, tudo o que sobe, um dia tem que descer... desta vez optamos por fazê-lo fora da bike, tamanha era a descida. 


Após a intensa descida, descobrimos que havíamos errado o caminho e chegamos a um lixão. Depois de muitas risadas, conseguimos encontrar uma saída através de uma 'casa', pulando uma cerca, chegando assim em um cemitério ( :| ), voltando a ver as setas do caminho. Mais algumas descidas e saímos em frente a rodoviária de Santana do Parnaíba. Ouço alguém chamar meu nome e fico muito feliz em descobrir quem é! Minha querida amiga Alessandra Paes veio a pé, em romaria. Ela também é ciclista e pedala de vez em quando conosco. Sempre temos 'altos papos' sobre Compostela, o sonho de peregrinação da minha amiga. Hoje, ela caminhou a noite toda. Foram simplesmente 40 km em aproximadamente 12 hrs.... isso é uma caminhada e tanto!! Eu a admiro muito e acho que ela sabe disso. Amei saber que ela estava muito atenta, pois disse-me ter certeza que acabaria por nos encontrar... ganho um abraço peregrino muito gostoso!



Após nossa despedida, e um desejo de 'Bom Caminho' de minha querida amiga, continuamos seguir as setas que nos levaram em direção ao centro, até a Matriz. Fomos obrigados a descer da bike, devido a tantas pessoas pelas ruas. Foi bem complicado encontrar uma brecha para a foto. 


Na sequência, passamos no Restaurante e Pousada Casarão, um ponto de apoio ao peregrino, para pegarmos nosso segundo carimbo. Se não fosse sexta santa, e tivéssemos mais tempo, Márcio, responsável pela pousada, com certeza nos levaria para conhecer o Seminário Belga. Mas desta vez isso não será possível... ficará para uma próxima. 


Sair de Pirapora não foi uma tarefa tão simples. A estrada em si já é bastante perigosa em dias 'normais'. Hoje, haviam muitas pessoas chegando, exatamente no momento que estávamos partindo. Na entrada da cidade, estava uma confusão intensa e, devido a isto, tiramos rapidamente algumas fotos e fomos embora.





Á partir daqui, a coisa ficou muito tensa... tínhamos a sensação que todos os grupos de motoqueiros do Brasil decidiram vir para cá... eles vinham todos juntos, em alta velocidade, fazendo curvas fechadas e por vezes quase esbarravam em nós. Decidimos abaixar a cabeça e pedalar, para sair da Estrada dos Romeiros o quanto antes. Fizemos a primeira parada próximo a Cabreúva. 


Neste momento, conhecemos mais uma pessoa muito especial. Ele chamou a atenção pelo alforges engraçados. Mexemos com ele na subida e logo ele nos alcançou... Estava pedalando sozinho e se ofereceu a tirar nossa foto. Seu nome é Bruno, e mora em Santana do Parnaíba. Á partir daqui, adotamos ele, que decidiu seguir com nosso grupo. 


Com nossa 'família' uma pouco maior, vamos pedalando, esperando, para que possamos seguir todos juntos. Seguimos as setas (muito lindinhas por sinal, aqui em Cabreúva) que nos levam ao centro da cidade, em frente a Matriz. Tentamos pegar um carimbo por ali, mas não achamos ninguém, por isso seguimos em frente. 



Já é quase meio dia e estamos famintos. Por isso, decidimos parar no ponto de apoio aos peregrinos aqui da cidade, Pousada da Colina, para tomarmos algo gelado enquanto comemos nossos lanches... 



O pequeno detalhe é que, para chegarmos na pousada, temos que subir muitoooo! Mas valeu a pena. O lugar é um verdadeiro paraíso e fomos muito bem recebidos por Márcia. 



Tivemos uma recepção calorosa, até mesmo dos cães do local, com direito a beijinhos e tudo!





Pegamos nossas bebidas e nos sentamos para comer. Márcia queria muito que almoçássemos por aqui, mas explicamos a ela que ainda tínhamos um bom percurso para percorrer e de barriga muito cheia não conseguiríamos. Ela foi super compreensiva, mas não nos permitiu sair dali sem experimentar o tal bacalhau feito por ela... um mimo! Ela foi incrível... que alegria de mulher, amei as histórias, simpatia e as atitudes dela! Obrigada minha querida! Precisamos marcar para voltar e ficar mais tempo com você!!




Ao sairmos daqui, achei o máximo a dica de nosso guia, alertando que faríamos uma 'escalaminhada'. Entendemos rapidinho, quando começamos a subir... cada um em seu ritmo e no alto um espera pelo outro. Depois disso, nosso próximo objetivo era chegar ao Bar do Limoeiro e soubemos por esta sinalização que estava perto. 



No entanto, a bike do Bruno começou a apresentar alguns problemas... Bruno logo ficou sabendo, através do Filipe, que falou apenas uma única vez, que o problema era a falta de lubrificação nos cabos, certo Bruno? (rsrs) Por esta razão, seguimos um pouco mais devagar, sempre esperando que nosso companheiro chegasse para que pudéssemos partir... afinal de contas, não podemos deixar ninguém para trás! Por várias vezes, ele nos pedia para seguir sem ele, mas o avisamos que não faríamos isso e chegaríamos todos juntos! Eu amei a ideia de espera-lo, afinal, pude fazer várias fotos do local, que é um dos mais bonitos do caminho!




Muito próximo ao Armazém do Limoeiro, a foto de nossa alegria! Já estávamos contando com a ideia de comer o famoso pão com mortadela e tomar uma tubaína! 


Só para entender, o Armazém do Limoeiro existe desde 1901. É atração turística, não só por sua fachada grandiosa, mas principalmente por conservar as mesmas características do passado, tornando-se assim, ponto de encontro de pessoas que ali chegam para contar emocionadas histórias do seu passado ou para reviver lembranças de sua infância, quando iam com seus pais ou avós 'fazer a compra do mês'. Em nosso caso, o ponto turístico fica em nosso caminho, justamente para podermos nos reabastecer ou 'esvaziar', pegar nosso carimbo, antes de seguir por mais 12 áridos quilômetros, até o Haras do Mosteiro. Para nossa desagradável surpresa,  o Armazém não abre em sexta-feira santa, desde 1901, de acordo com seu proprietário. Por esta razão, fizemos a nossa foto e partimos. 

'Alegria' total rsrs
Á partir daqui, abaixamos a cabeça e pedalamos... mais algumas subidas e descidas até avistarmos de longe o belo Haras! A entrada fica escondidinha no meio de uma descida... por isso, temos que ficar atentos para não perdê-la. Filipe fica aguardando Bruno enquanto Agnaldo, Rosana e eu vamos, só para variar, subindo até a pousada. 




Somos muito cordialmente recepcionados por Ruth. Quando chegamos todos, fazemos um brinde em comemoração ao final do primeiro pedal do Caminho do Sol!


Depois disso, fomos tomar um banho e lavar a roupa, rotina típica de bicigrinos. 



Aqui no alojamento, conheço um peregrino muito especial, que dormirá conosco. Seu nome é Paulo, é administrador de um município próximo e faz sua primeira jornada peregrina. Converso com ele durante algum tempo e fico sabendo que tomou difíceis decisões a bem pouco tempo, como mudar radicalmente sua alimentação e parar de fumar. Elogio-o muito por isso! Ele está cansado, saímos então do quarto, deixando-o repousar. Vou dar uma voltinha para fazer algumas fotos do final de tarde... aproveito o momento solitário, para pensar no dia maravilhoso que tive ao lado de meu querido marido e de meus mais novos amigos!





Quando volto, já está na hora do jantar... nosso querido peregrino, Paulo, se junta a nós e temos um jantar maravilhoso, cheio de histórias e causos... acho muito interessante o quanto é possível confiarmos tão rapidamente em pessoas que ainda não conhecíamos... aqui, isto é possível!




A comida que Ruth nos preparou estava divina! Após o jantar, fomos todos para nosso alojamento a fim de descansamos, para mais um dia maravilhoso no Caminho do Sol!



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